Performance À SOMBRA VERDE
À Sombra Verde
Os gestos, sons, e tonalidades inspiradas na nossa pulsação amazônica; que hoje não se resume ao paraíso verde e aos cantos sons ou máscaras de indígenas e ribeirinhos, mas que principalmente treme como um caldeirão de queimadas; sofre com a biodiversidade ameaçada por contrabando de espécies raras de animais e vegetais; e a poluição crescente das águas dos nossos rios e matas causadas pelo descumprimento das legislações de proteção ambiental; os massacres de trabalhadores da terra; e até crianças escalpeladas por hélices de barcos; todos esses “gestos” transformados em regras de desumanização infestam o nosso cotidiano, para muito além de um simples “jogo” das redes sociais e afins, estamos sendo dizimados vítimas da nossa própria ignorância e da perversidade dos homens capazes de manipular grandes instituições públicas ou privadas.
Temos enquanto artistas, desse universo a propriedade desses fatos tatuados com fogo na nossa memória e somente através do exercício de extrema sinceridade que a performance permite, somos capazes de sobreviver e portanto temos o compromisso de recontar como arautos encharcados do nosso destino de amazônidas essas atrocidades, levar a público nossas reflexões é premente. Para isso apresentamos nesse projeto a realização de uma performance, a partir da dramaturgia “À Sombra Verde” que discute de forma poética e visual essas questões contemporâneas; um hibridismo unindo os exercícios de linguagens artísticas diversas, a saber: Teatro de sombras, teatro de formas animadas, performance, linguagem audiovisual.
O Teatro de sombras e os recursos de multimídia, duas “ferramentas” de cronologias opostas trazem para este espetáculo a oportunidade de exercícios de precisão e dialogia das temporalidades, que provocam necessidades de controle e domínio do movimento corporal; para o ator que em cena interage com recursos dos softwares de edição em tempo real e efeitos de imagens e sons pré-programados em computador e com a multiplicidade das suas (dele) sombras, pois basta alguns refletores bem posicionados em um palco para que possamos criar esses duplos: duplas personas, dualidades de ponto focal e de interpretação cognitiva.
A proposta apresentada neste projeto, é a de construir um universo imagético de apelo visual e auditivo forte. É necessário salientar que essa performance terá como um dos focos da sua execução a inclusão e a acessibilidade. Para além da “carpintaria teatral” da dramaturgia “À Sombra Verde”, que traz implícita temáticas que são facilmente identificáveis e populares há por parte da realização a preocupação técnica de tornar a recepção do espetáculo fruída e envolvente para todos os públicos mesmo para as pessoas com necessidades especiais de perceptibilidades; trazendo para ser visto pela comunidade em geral as experiências e os aprendizados dos últimos 10 anos de intensos exercícios teatrais e híbridos realizados dentro do Estúdio REATOR.